TEXTOS DE GIL BUENA

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06 dezembro 2020

Brindo a vida sem jamais me esquecer de agradecer

 
Descobrimos o tesouro da vida quando procuramos viver o momento, ao invés de contar as horas, quando paramos para apreciar as flores mais do que os espinhos, quando ouvimos aquela calma trazida pelo orvalho do dia que vem nos abraçar todas as manhãs, quando somos atingidos só pelo que nos faz bem. 
 
Para uns, o passar dos anos perturba, para outros é apenas fato real e concreto. Já para mim, é lembrança, presença e esperança. 
 
E por esses eventos de passado, presente e futuro é que me curvo perante o tempo e brindo a vida sem jamais me esquecer de agradecer os tons das rugas dos quais me fazem entender melhor a existência humana, sobretudo a minha. 
 
Suavizar os tombos, silenciar o barulho, enxergar o óbvio de dentro dispensando o vazio de fora é sabedoria de poucos que busco alcançar. 
 
Os anos sempre me trazem o início de um retorno nostálgico que a pressa dos passos não consegue acompanhar. 
 
Pelo que se foi, tudo que importa volta pregado de sentimentos vivos dentro da gente, e a gente sente. Porque sentir é o que vale, o resto se deixa partir. 
 
Crescemos, pois, sem envelhecer, revelando a juventude dos tempos vindouros, dos dias dourados de vida que nos faz sempre seguir impugnando aquilo que nos machuca. 
 
Libertemo-nos das dores, senão todas, de muitas, de várias, porque temos a capacidade de reverter valores, selecionar sabores e sorrir para as nossas próprias forças. 
 
E por cada ano que se completa, graças dou a Deus pelo meu existir acima das adversidades, superando as fraquezas, e por acreditar que tudo é obra, é arte, é construir páginas e ser um poema que Deus faz a vida recitar, com suas rimas e encantos, sobre mim.
 
--- Gil Buena ---

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