Tenho os anos
que me cabe ter.
São passos de
uma vida que não se estanca.
Piso firme nas
inquietas pedras do caminho
E quebro as
regras. Todas. Rasgo os manuais.
Apago os vícios
da satisfação ao próximo:
Somente eu mesma
preciso de mim, saber.
Tenho cá no
corpo os anos que se vão,
Expostos pelas
marcas do aprender.
Na palma da mão
trago uma rosa,
No olhar o voo
das gaivotas,
Já no coração,
arranco os espinhos,
Que não quero e
que me faz doer.
Planto jardins
nas minhas pernas,
Que dedilha esperança
por onde ando.
Não faço da
coragem simples utopia
Nem da vontade
somente teoria.
No pensamento,
os sonhos me sacodem,
E a realidade me
acorda sem assustar.
Porém, todas às
vezes que lá se vão os anos,
Transponho minha
alma para o recomeço.
Porque sou rocha
que se atira no mar,
Pássaro que sabe
voar, árvore que germina.
São nessas horas
vividas que me rejuvenesço.
É desse pouco de
tudo que o mundo me abriga,
Onde a acolhida
dos anos que tenho cá em mim,
Me faz vida, me
faz viva, me faz sempre seguir.
--- Gil Buena ---
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