Há momentos em que eu me recolho dentro de mim.
Faço um ninho.
Privo-me do barulho externo e ouço os meus próprios pensamentos.
São nesses momentos que tiro para eu me doar de presente. Desembrulho
os meus sentimentos, enxergo os meus motivos e dialogo com os meus sonhos
adormecidos. Faço colorir em tons e sons o que de melhor posso extrair das
minhas vontades; abro possibilidades de reconstrução.
São nesses instantes que me primo em harmonia.
E é assim que eu lanço o melhor que tenho: palavras em
silêncio, belezas invisíveis, interpretações das minhas próprias raízes que o
mundo tenta arrancar ou simplesmente enterrar.
São nos encontros enigmáticos dos meus ocultos alentos que eu
me descubro em simples dose de vida; conta gotas do que sou. E quando tudo está
tão claro, inquiro-me novamente. Então, brindo viver em permanente busca dos
sentidos: atos, fatos, gente, mundo, eu.
Nunca se acha a resposta de pronto certo, mas tudo se faz
querer saber.
É disso que faz a vida dinamizar os seus mistérios.
Entender-se não é tarefa fácil e nem completa.
Mas a gente tenta.
--- Gil Buena ---
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