Ninguém há de me dizer o que fazer!
Se da estrada que se apresenta por debaixo dos
meus pés, rente a minha visão, em horizontes encobertos de passos: largos,
curtos, firmes ou titubeantes, só eu sei aonde ir, por onde andar.
Se os
caminhos se cruzam e se da faca que corta os perigos, de macios pelos da
forjada malícia humana, sei bem amolar. Não sou de força, sou de coragem, e com
ela brigo até com vento arrepiante, que seca o gosto, paralisa o ar e faz o
riso chorar.
Ah, sem mais pra cá! Fora de mim a dissimulada bondade, composta
de certezas impuras, finca e vil expressão da maldade. Coração que canta não
bravura desamor! E da voz que se entoa, há de fazer ninar em braços esparsos,
inclusive, em tempestade.
Ninguém há de me fazer ser! Porque sou o que ninguém
tem nada a ver. Se não me tens apreço, abro atalho para te pôr daqui pra lá, léguas
de mim. Não perco tempo nem com exclusão à toa.
Minha vida anda ocupada demais
com as colheitas floridas, de frutos doces e de árvores que me fazem sombra
feliz, detendo o sol escaldante, que queima a pele e faz cicatrizes profundas
de dor.
E, caso por tudo falado, não me fizer pra ti bem explicado, preocupes
somente contigo. Sê e faze o que tu quiseres! Vida que da gente é, não precisa
de endosso coletivo.
--- Gil Buena ---
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