TEXTOS DE GIL BUENA

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05 novembro 2016

Vida que da gente é, não precisa de endosso coletivo


Ninguém de me dizer o que fazer! 

Se da estrada que se apresenta por debaixo dos meus pés, rente a minha visão, em horizontes encobertos de passos: largos, curtos, firmes ou titubeantes, só eu sei aonde ir, por onde andar. 

Se os caminhos se cruzam e se da faca que corta os perigos, de macios pelos da forjada malícia humana, sei bem amolar. Não sou de força, sou de coragem, e com ela brigo até com vento arrepiante, que seca o gosto, paralisa o ar e faz o riso chorar. 

Ah, sem mais pra cá! Fora de mim a dissimulada bondade, composta de certezas impuras, finca e vil expressão da maldade. Coração que canta não bravura desamor! E da voz que se entoa, há de fazer ninar em braços esparsos, inclusive, em tempestade. 

Ninguém há de me fazer ser! Porque sou o que ninguém tem nada a ver. Se não me tens apreço, abro atalho para te pôr daqui pra lá, léguas de mim. Não perco tempo nem com exclusão à toa. 

Minha vida anda ocupada demais com as colheitas floridas, de frutos doces e de árvores que me fazem sombra feliz, detendo o sol escaldante, que queima a pele e faz cicatrizes profundas de dor. 

E, caso por tudo falado, não me fizer pra ti bem explicado, preocupes somente contigo. Sê e faze o que tu quiseres! Vida que da gente é, não precisa de endosso coletivo.

--- Gil Buena ---

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