Quando tudo se for e eu de ti me esquecer
Não chores lamentos... Tão pouco, sinta raiva!
Deste esquecimento, colhes o que plantava:
Teu feixe de luz, dentro de mim, enfraquecer.
Porém, quando sem mais nada tiveres de mim,
E sentires sem o chão para caminhar,
Não olvides que disso tu foste o estopim
Que brilha discórdia, que fez tudo terminar.
E sem lembranças de ti, entrega-se a dor,
Segues vazio pelas vontades que se foram
De dar-te as estrelas, despir-me do amor.
E assim, do amor que não se dá mais flor,
Tece as vigas do destino que se criaram,
Num solitário gosto amargo... Desamor.
--- Gil Buena ---
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