A vida não é uma questão de tirar pedaços de si
ou pôr pedaços em si.
Ela é a notória vinculação e desvinculação desses dois elementos
imprescindíveis na composição intrínseca e irrefutável da raça humana. Se eu
retiro do meu ser um tanto de mim, em contrapartida, outros tantos de mim são
postos em relevo; ocultos ou explícitos. Não são as partes que me constrói, mas
sou construção de um todo, em partes que me delineia e me permeia entre
singular sentido, que não condiz com teu ser de humano. Ponho-me em traços
vastos e inquietantes da figura antinotória do que seja eu. Abstraiu-me do
falso pudico, da faceta contesta do santo obscuro profano e de relíquias
consagradas pelas sujas mãos ofertadoras de mentiras, de pura leviandade, pelo
fugaz e patente orgulho exibicionista. Pois jamais troco pedaços de fragmentos
de traços natos que me completam, com toda (in)completude que te revela oca
existência pluralista de um ser (quase) nada. Porque sou eu exclusiva de mim.
E, de mim, vivo eu em ser assim.
--- Gil Buena ---
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