Aos
poucos, tudo vai ficando no lugar, embora tenhamos mudado de cidade, de caminhos,
de objetivos. Os passos param em paisagens diferentes, mas não dentro de mim. Os
pensamentos voam por aí, porém não sai daqui, do que se construiu.
E,
de repente, a gente percebe que se andou em dias dos quais se repetem em nossa mente;
que voltam a vidas que nunca saiu de nós. E tudo começa e recomeça sem jamais
ter acabado.
A
gente observa que os dias se vão e que lutamos contra ou a favor do tempo, e
que sempre estamos, com ele, num eterno embate. E sem nos escutar, o tempo
segue invencível, fazendo-nos vencidos.
Vamos
para algum lugar onde o sol queima, onde a chuva refresca, onde o fim inicia-se
no começo e que, do começo, volta-se ao fim, num ciclo do ficar.
Corre-se
pra quê?
Pra
viver!
E
nas andanças da vida, na peregrinação do existir, fragmenta-se o ser.
Somos
pedaços de nós mesmos e de tudo que encontramos,
de
tudo que perdemos, de tudo que conquistamos
e
de tudo que nunca tivemos.
Somos
até mesmo o que não sabemos e nem pra onde iremos.
Mas
se insiste em perguntar: Quem sou?
Prolixamente,
em mente, responde-se em voz, de pronto: apenas sou... e nada mais!
--- Gil Buena ---
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